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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Mistério de um olhar


Mistério de um olhar

Eu sei, tu sabes
Tu és o vento puro, que recebo de ti na brisa
Eu sei que tu és os aromas soltos de um roseiral
Tu sabes que a tua palavra me suaviza
Palavras de um expressar,
que me toca o instinto carnal
Eu sei, tu sabes
Que não se roubam palavras, elas se oferecem
Eu sei que no teu sangue a alma é poeta
Tu sabes o ponto de luz dos nossos olhos,
eles não esquecem
O momento gritante que ambos desejamos,
na luz de um cometa
Eu sei, tu sabes
Liberta-me, conduz-me, tenho medo da minha rebeldia
Eu sei que por vezes é bom ser selvagem,
é louco esse sentir
Tu sabes que não me canso de esperar esse belo dia
O sentir que ambos de mãos dadas nos vamos diluir
Eu sei, tu sabes
Que o castanho da terra soltará o seu pó,
sobre a mais bela flor
Eu sei que do azul do céu,
choverá lágrimas dos que sabem amar
Tu sabes que o pó são partículas do meu amor
És tu, sou eu em entrançados poemas,
ambos os corpos a declamar
Eu sei, tu sabes
Que a minha textura é a cor do teu sorriso
Eu sei que vivemos um relacionamento abstracto, mas sério
Tu sabes que existe um sonho, um olhar, uma luz,
o meu aviso
Um sentir em ruídos silenciosos teus e meus… Mistério
Eu sei, tu sabes

José Alberto Sá

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