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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Folhas da memória


Folhas da memória

Por entre folhas moribundas
Caídas no chão
Estava a mente perdida
Lágrima caída
Derramada nas trevas do meu coração
Debaixo do alto carvalho
Memória de tempos de amor
Bolotas no chão, assentes como cascalho
Apertadas na terra, como pedras da minha dor
Quero lembrar-me do cheiro
Do néctar adocicado
Do teu corpo de mulher… Queria ser o primeiro
Por entre folhas moribundas, fazer o pecado
As mãos conheciam a rigidez da casca
A macieza da pele
Delirantes momentos na boca que masca
O sabor do gemido, a viscosidade do mel
Não consigo esquecer esses dias
Procuro por entre raízes algo teu
Mas só encontro folhas que já não têm céu
E um corpo de homem com quem dormias
Foi por entre folhas do carvalho
Que gravei em mim esta história
Fica no coração este atalho
Um ficheiro de amor para a memória
Foi bom… Seria bom
Hoje somente recordo o tempo
Registo em poesia o mesmo som
Palavras tuas que lembro a todo o momento
Oh mocidade…
Que lindo era não ter idade
Por entre folhas da liberdade
Resta a saudade

José Alberto Sá

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