Gatos da
vida
Os gatos
miam nos telhados cor do fogo
Olhos de
vidro, na transparência do medo
Vultos de
várias cores
Atravessam nas
ruas, onde vive a angústia do povo
Gatos que se
esgueiram pelos buracos do credo
Gatos…
Achados nos
dias de sol, perdidos nos mios da noite,
os amores
Miam pela
fome, pela desconfiança
São o
reflexo nosso em olhos reluzentes
Gatos vadios
no mundo em cobrança
Que miam
pelo cio
Gatos…
Crianças que
miam em canções comoventes
Na ânsia
felina, na procura do mio
Gatos
negros, à luz da lua
Gatos…
Olhos
hipnotizadores, mios predadores
Na noite
escura
Noite nua
Onde miam
como quem chora na solidão
Miam como
recém-nascidos
Na estrada
que me atura
Olhos de
vulcão
Onde
explodem nas noites, como gemidos
Gatos…
Garras
afiadas, olhos fixos, sós
Odiados ou
amados
Como nós
Gatos da
vida, do tempo
Da chuva, do
sol, do vento
Gatos…
José Alberto
Sá
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