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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Falsidade


Falsidade

Sinto meus pés queimados
Não preciso caminhar lá fora
Cá dentro o caminho são brasas do sofrimento
Tresloucados...
São mentes que na palavra usam a mentira
Sinto minhas mãos tremulas
Sem precisar mostrá-las à relíquia que mente
Ira...
Revolta nos olhos que se embaciam
Sem precisarem da água putrefacta com que vos lavais
Meus olhos nunca se negam, são de gente
Encandeiam...
Luzes sem brilho de um rosto meu apagado
Não preciso mostrar as rugas da luta por ti
Luz, mar, porque me queres ver afogado
Desocupado...
O abandono da verdade, ser palhaço
Não o faço...
Nem que me pintem de negro
Eu não me apego
Sou o estilhaço de uma granada que não rebenta
Aguenta!
Aguenta para que não se ria de ti
Mentira é a sua dor
Porra!
Morra!
Porque mentem as pessoas que dizem não ser
A mentira, a falsidade
Não quero crer
Sinto os pés queimados
Não preciso caminhar lá fora
Cá dentro em meu coração
Nem o pé, nem a mão
Caminham ou tremem pela mentira
Porra!
Morra!
Verdade... A quem a admira


José Alberto Sá

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