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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Quando não durmo


Quando não durmo

Quando me custa adormecer
Sinto no escuro do meu pensamento
O teu respirar
Ar doce do meu apetecer
O sonho de te ter
e te sentir como ao vento
Quando corro em pensamento sem parar
Sem parar de olhar o teu rosto,
o lábio teu
O vermelho húmido provocante
Que a cada instante
Me recorda o beijo que se perdeu
Quando me custa te esquecer
Não durmo, não sonho… nem vivo
Queria-te agarrada a mim
Como uma cápsula na garrafa
Um rótulo que marca o meu conhecer
A embalagem apertada em retráctil… Castigo
O sufoco quando não durmo
e tão longe vejo este fim
A arrelia da vontade que me estafa
Tanto me custa não te levar
Comigo a deitar na mesma cama
No mesmo ombro e te falar
Te sussurrar como quem chama
Amor… Eu não consigo dormir
Quando me deito
Eu não te sinto a sorrir
Somente sinto teu respirar
na minha oração
Quando sozinho te chamo
para junto do meu peito
Sinto que na verdade,
és o bater do meu coração

José Alberto Sá

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