O
prego
O
prego...
Na
sua ferrugem sem estofo
Olhava
para mim
Encurvado
cheirando o mofo
Sentimento
de algo ruim
Numa
tábua molhada
De
martelo na mão
Ergui-o
dando-lhe uma pancada
Ritmos
com o martelo
Nas
batidas do meu coração
Olhei-o
Parecia-me
belo
Tirei-o
E
com o meu lenço
Tentei
retirar a sua dor
Amei-o
É
assim que eu penso
É
o desabafo do meu suor
Levei-o
para casa
E
me lembrei...
Que
um dia serei
também
velho,
arrastando
a asa
Lembrei-me
que um dia
Estarei
também curvado
E
precisarei de alguém com alegria
Que
me limpe do chão molhado
E
me leve
Como
levei aquele prego tão belo
Um
simples prego que me descreve
Numa
vida sem sono
Onde
também quero sentir o martelo
De
umas mãos,
que
me tirem do abandono
José
Alberto Sá
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