Na minha duna
A pulga
saltava por entre ervas daninhas
Mordia aqui…
Mordia ali… Mordia...
Vivia no seu
ninho, no conforto das coisas minhas
A pulga
vivia e saltava, onde eu também vivia
Saltos nas dunas,
vales escorregadios
Perfumados
sentidos em sobressalto
Momentos de
aflição, minutos vadios
Uma visita,
um namorico, o ponto mais alto
A pulga
saltava, medo de ser pisada
Ser
descoberta pela humidade
Pulga
desorientada, pelo medo da estocada
Salta daqui…
Salta dali… A ansiedade
O mundo
perfeito era seu leito
Perfeito
para o sangue, a mordida
Carne
branca, doce onde me deito
Pulga inocente
numa casa que me é querida
Pele
depilada, pela lâmina e espuma
Pulga sem
tecto, daqui para ali, saltou
Uma mão,
algo mais… O prazer a levou
A morte da pulga,
ninguém reparou
Morreu a
pulga que vivia clandestina
Vivia no
pecado que a mim se queixou
Na pele
branca que eu amava, da minha menina
José Alberto
Sá
Que maravilha!!!!!!!!!Que imaginação fértil, que subtileza envolta de sensualidade...Sempre ao rubro..bjos Poeta
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