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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Máquinas humanas (injustiça)


Máquinas humanas (injustiça)

Máquinas fardadas
Em barulhos que fazem estremecer o chão
Óleos perdidos pelo chão do abismo
Máquinas medonhas, mesmo paradas
Fazem barulho da cor alcatrão,
como descargas de autoclismo
Prensas aquecidas em furnas de medo
Balancés moribundos em louco gaguejar
As mãos com luvas escondem a reza do credo
Prensas com rolos e lodos no ar
Cheiros fétidos da poeira cancerígena
Trabalho carrasco vestido de verde
Laminadoras cortando a mente aborígene
Prisões de um povo entre a parede
Serras cortantes, dentes com fome
O medo nos olhos…
A incapacidade de alguém que nos consome
e nos transmite sóis, luxúria aos molhos
Mentiras gravadas na testa
Máquinas precisas, máquinas de pão
Gente que não presta
Loucos avarentos de ferrugem no coração
São máquinas ou robôs
Superiores do além
Era assim no tempo dos nossos avós
Hoje as máquinas continuam aquém
Paredes crivadas pela injustiça
Chicotadas em palavras, flechas atiradas
Trabalho muito, alguma preguiça
E as máquinas a trabalhar parecem paradas
Eu chamo injustiça…

José Alberto Sá

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