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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Suco da uva


Suco da uva

Foi debaixo da ramada
Abrigados da chuva
Olhos nos olhos a alma levada
Bocas envolvidas em bago de uva
Foi debaixo da ramada
Suco fresco, chão molhado
Pés descalços, camisa colada
Embriagados num bago saboreado
Boca na boca, uva esmagada
As mãos no corpo deslizavam em garra
Gota a gota a chuva sorria
E a chuva caía louca na parra
Sons de frenesim em sintonia
Era música, era dança, era farra
A tempestade transformada em magia
Foi debaixo da ramada
Corpos no chão tinham esquecido
Unidos sem roupa, esqueceram a chuva
Envoltos em sol soltaram gemido
Esqueceram o tempo no suco da uva
Ali a uva o suco soltou
E o sol que apareceu, vindo do nada
A chuva evaporou,
debaixo da ramada

José Alberto Sá

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