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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Infeliz... Tu...


Infeliz… Tu…

Tu…
Que me apontas o dedo
Tu…
Que me acusas
Pobre diabo sem medo
Que a mim recusas
Tu…
Que mostras ser bom
Tu…
Que falas bonito
Pobre criatura sem dom
Medíocre em quem não acredito
Tu…
Que te escondes no sorriso
Tu…
Que convidas escondido
Pobre doente sem juízo
Mente pobre e sofrido
Tu…
Que dizes sou, sem ser
Tu…
Que dizes fazer, sem ter
Pobre ao acordar no amanhecer
Sem sol, sem luz, sem se conhecer
Tu…
Que ofereces sem estender a mão
Tu…
Que declamas sem poesia
Pobre de coração
Ciumento de pura arrelia
Tu…
Que sem palavras tudo dizes
Tu…
Que sem gestos tudo fazes
Pobre que ao negro, tudo condizes
Jamais com o mundo farás as pazes
Tu…
Que poderias ser, se não seguisses
Tu…
Que crescerias se parasses
Serias rico se me pedisses
Serias homem se me escutasses
Tu…
Que querias ser como eu
Tu…
Que pequeno, querias o meu crescer
Pobre de alma caída do céu
Pessoa de mau perder
Tu…
Mau agoiro
Tu…
Mau e doente
Pobre sem tesoiro
Jamais serás gente

José Alberto Sá

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