Existem dias
assim…
Naquele dia
à beira mar
As gaivotas
gritavam pedras
As ondas
revoltadas traziam arame farpado
Naquele dia,
sentia na areia os pés dilacerar
Os gritos
ecoavam por entre as ervas
Choro de
alguém perdido e tresloucado
Naquele dia…
As rochas
íngremes tombavam no chão
Assim as via
no meu desmaio
Sensação
provocada pela demolição
Um sofrido e
magoado coração
Demolido e
desmoronado, o fogo de um raio
Naquele dia…
Uma visão
horrenda que eu não queria
Facas de
gumes afiadas diluíam minha fé
Sentimento
fraco por tudo que perdia
Naquele dia…
A água
salgada salpicava-me de feridas
Ácidos
corrosivos em meu pensamento
Lágrimas
cortantes escorriam nas faces sofridas
Agressões de
medo, vindas no vento
Era o meu
dia de turbulência
Um dia onde
não conseguia ver as horas
As nuvens
tapavam o sol da minha inteligência
E a
desorientação veio sem demoras
Naquele dia…
Estava
perdido por algo não apetecido
As vozes que
procurava não tinham alegria
Procurei-as
no mar, também ele perdido
Ficando a
meu lado num abraço de maresia
Choramos os
dois…
Naquele dia…
José Alberto
Sá
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