Pesadelo
Não dormia de confuso...
O relógio parou
Sentia-me recluso
Num labirinto de ideias
Que meu cérebro pensou
Sentia-me preso em teias
No escuro do quarto
Senti-me farto
Os signos por ali andavam
À minha volta rodavam
Os peixes caminhavam
O touro se soltou... Tinha cabeça de cavalo
O sagitário era metade homem, metade cachorro
Ao leão fiz-lhe um mimo, levei um estalo
O caranguejo voava... Pedi socorro
Gritava...
Ao meu grito chegou a menina virgem
Uma velha senhora!
Queria ela me abraçar
Senti medo uma vertigem
E naquela hora...
Apeteceu-me chorar
O carneiro estava a cantar
No espaço vazio os gémeos dançavam
Uma dança de enlouquecer
Cabeça no chão... Pés no ar
Senti sede, queria beber
Estava a sufocar
Tentei alcançar a luz, ligar o interruptor
Tinha medo do escorpião
Imaginava a sua ferrada... A minha dor
Estiquei a mão
Senti escamas e pêlo
O corpo do capricórnio! Não queria vê-lo
Gritei novamente
Não estava a aguentar
Não queria ali estar
Enlouquecia da mente
Caminhei e logo me molhei
Despejaram-me o aquário
Senti que tudo estava ao contrário
Gritei...
Corri...
Saltei...
E quase morri...
Medo da confusão
Então...
Senti um pouco de equilíbrio... Um segundo
Senti-me voar numa lança
Fiquei por ali
Parou o mundo
Parou a dança
Adormeci!
No meu signo, na minha balança.
José Alberto Sá
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