Menina da esquina
Uma esquina duas caras
Dobradas em pedras frias
Pedras rosa, pedras raras
Pedras negras das lágrimas quando não rias
Esquina vincada
De ruas traçada
Vidas corridas
De mentes sofridas
Esquinas do nada
Negação do outro lado
Que deste onde me vejo
É minha esquina na mente do fado
Esquina de beijo não dado
Do lado da pedra fria
Ruas que a esquina engolia
Na velocidade da saudade
...
Esquinas verdes, verdete do tempo
Esquinas onde as crianças brincam
Cortes do vento
Prisão em liberdade
Nas ruas onde se dança
Dança menina, que eu te espreito
Te levo no meu peito
Fugindo das esquinas da cobrança
Menina que te refugias
Nas pedras frias
Ruas sombrias
Que o tempo adivinha
Pedra de saia curta
Sombras da minha luta
Menina da minha esquina
Fruta de pedra
Pecado da vida que nada levou
E da esquina levaste o que nada ficou
José Alberto Sá
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