A procura do tempo
Lamas de um chão molhado
Tempos invernosos
Meu estado…
Olhos cavernosos
De um esgotar de saudade
Horas mortas
Ponteiros de um relógio ferrugento
Linhas tortas
Não aguento…
Cara pálida pelo vazio
Cicatrizes da ânsia
Qual vela sem pavio
Chama apagada, pela distância
Nada…
Lodos pegajosos
Movediços
Afectos melindrosos
Agulhados pelo desespero
Qual abelhas sem cortiços
Mas eu te quero…
Brasa sem lume
Árvore caída, putrificada
Sem vontade, sem queixume
Água barrenta, estagnada
Das lágrimas caídas, sem vaidade
Ave de voo cortado
Preso… Engaiolado
Agradecendo já ter voado
Como eu agradeço
Já ter amado
Lamas e tempos que passam
Olhos e ponteiros de uma vida
Do amor dos que me abraçam
Dos que não querem a despedida
Eu fico
Eu espero
Porque quero
e repito
Te amo
José Alberto Sá
Muito bom, amo esses poemas
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