Inerte
Sou a pedra cega
Sou um segundo da minha eternidade
Sou a voz que nega
Sem choro e sem verdade
Sou a solidão no rosto talhada
Sou mendigo do meu amor
Sou a paixão desfigurada
Sou pedra cega, pedra sem dor
Sou eu… Por ti
A sombra da minha figura
Sou pedra fria, que jaz aqui
Sou a cortina caída, a noite escura
Sou o sino que badala
O toque que me arrepia
Sou eu… O turista sem mala
O medo da noite, se o gato mia
Selvagem e impetuosa
Ausência do teu sorriso
Sou pedra cega, querendo ser rosa
Sou jardim destruído em meu juízo
Preciso ser pedra, mas preciosa
Tirar da inércia o negro encanto
Abrir-me como se abre a rosa
E pedir à voz que me nega
Que me cubra com o seu manto
Sou pedra cega…
Por enquanto
José Alberto Sá
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