Perfume
Naquele frasquinho tinha a essência
Ela despida o segurava
Conduzia à minha permanência
De olhos vidrados, eu adorava
Suavidade e leveza com que vaporizava
Atrás da orelha e no pescoço
Meu corpo hipnotizado, amava
E devorava até ao caroço
Nada comia, só engolia
A vontade e o querer
De ser o frasquinho que se movia
E o corpo percorrer
Aroma de liberdade
Eu recebia,
mas não podia, preso estava
A sua essência era toda de verdade
Na ousadia do seu curvar, eu me elevava
Dei um passo, a minha íris aumentou
A pele macia, parecia me falar
Num gesto de ternura, o frasquinho ela poisou
Aí a íris dos meus olhos queriam saltar
Chegou-se perto de mim, me beijou
Não ofereci resistência
Envoltos em perfume nos amamos
Com o amor que existe no frasquinho
e sua essência
Nos devoramos.
José Alberto Sá
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