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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Em direcção ao Mar

Em direcção ao Mar


Moribundo caminhava estrada fora,
as pedras fugiam de mim…magoando
…meus dedos sangravam.
Tantas as revoltas!
O ribombar dos sinos dilacerava sem fim
 e o silvar dos baldes tocados em voltas
…secos, saídos da nora,
rebentavam tímpanos meus…
Parecia o fim…
As gretas nos dedos me fustigavam.
Continuava…
As silvas pareciam agarrar-me
espinhos aguçados traçavam sulcos na pele.
Eu sangrava em escorridos de dor.
Valados sombrios me espreitavam,
me assustavam e o frio me consumia.
Eu caminhava e os ventos me ultrapassavam,
em uivos que ouvia.
Meu corpo dilacerado quase caía
mas eu assim tropeço…caminhava.
As lágrimas escorriam e sujavam meu rosto
uniam-se ao pó que me sufocava.
Naquele momento metia dó…
Estava só…
E continuava…
Olhava para trás, por nada sentir…
Fugia de tudo, mas tudo me castigava.
Tinha de conseguir!
Por ele eu lutava…
Por ele eu sofria…
Nada me parava!
Nem a noite, nem o dia.
A minha longa jornada era
…Amor
Por ele é tudo ou nada…
Não é ao acaso a minha dor
e eu caminhava, quando vi…
O outro lado do meu caminhar.
A dor passou, meu desejo estava…
Ali...
Eu via as ondas do mar!
Alegria, paixão e emoção…
minha dor, meu sangue nele se
…foi lavar!
Lavando o caminho do meu coração
Eu o amava…
O meu mar!
Por ele tudo, sem ele nada.

José Alberto Sá

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