Nas grades da vida
Vejo sem equívocos a crónica que não
quero escrever…
Para lá do ferro, a ferrugem dos olhos
que se negam…
Para cá da vida, os olhos que se vergam
a Deus e O veneram…
Nas grades da vida, vejo o mestre,
pequeno, vergado, suado e frio!
Vejo sem equívocos a crónica que amava
escrever…
Para lá do ferro, a lágrima seca de uns
olhos falsos que gozam…
Para cá da vida, vejo um ser que queria
ser e não consegue…
Nas grades da vida, ele se prende… Eu me
liberto e ele, nunca…
Nas grades da vida, já sou… e ninguém
fará de mim mestre,
eu já o sou!
José Alberto Sá