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domingo, 19 de abril de 2020

Só mais uma vez

Dedicado à Musa que me inspira...
Só mais uma vez
Os meus olhos entregam-se à bruma, que ressalta dos olhos teus…
E quando os sinto vazios é porque os olhos de quem espero, se vestem de espuma num mar, com ondas que gritam aos céus…
E não são meus…
São os olhos teus…
São a continuação do perfume que aromatiza a menina dos meus olhos…
A íris que te quer ver…
Que se quer unir num olhar único… Dois corpos, dois corações em união…
Aí sim… É a junção…
Dois…
Seriamos um selvagem encontro, que desejo acender como fogo, numa chama que se pega fogo sobre a humidade, de cada lágrima que te chora…
Mas assim…
É pela face que o rio se faz sentir, cada lágrima o vento seca, mas a brisa sempre traz a saudade e o perfume dos teus cabelos… Esses macios e moldados fios, que te descem pelo pescoço, para que eu seja um olhar perdido em ti… E te peça… Encontra-me…
Quando fecho os olhos sinto areias de um deserto quente, sofredor, cavado pelas trincheiras da tua ausência… Abro-os para que te encontre, e…
A face se sente molhada, o rio corre em cada soluço… As gotas que caiem nos lábios que te gritam, se fazem sentir salgados na saliva que abraça a língua, sozinha… Sinto-te… Saboreio-te… Nas lágrimas da lembrança… Lágrimas iguais às de criança, mas que ainda não te conheciam…
Hoje são por ti… Peço-te… Encontra-me…
Existe sempre a esperança… Os olhos da poesia que escrevo são vestidos de humidade e de verdade… Entrego-os à saudade…
Os meus olhos entregam-se… São teus… Os teus, talvez…
Deixa-me olhar-te, olhos nos olhos, só mais uma vez...
José Alberto Sá

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