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quarta-feira, 12 de setembro de 2018

E ela e eu...

E ela e eu…

E ela sentada nada me dizia! E eu de pé observava a obra-prima!
E nós somente fitamos os olhos um do outro e desfrutamos tudo que a mente quer e deseja!
Fechar o olhar não estava no horizonte de algum de nós, assim me dizia o seu e o meu sorriso!

Transe, inquietação, angústia, vontade, luxúria e mil delícias se avistavam num espelho que mostrava o outro lado do corpo! A nudez de ambos era o mundo por conquistar, vi-me adulto e adolescente por momentos…
Alguns cabelos brancos de caminhos já percorridos, e algo aventuroso se fazia notar em mim!

O motivo tinha sido o trocar de pernas, o desnudar do mistério, de uma senhora de cabelos pintados ou uma jovem capaz de me fazer sentir estático!

E ela sentada nada dizia! E eu de pé, já não observava a obra-prima… Já sentia o universo da vontade feminina, somente estava mais perto, de pé! E ela sentada!

Eu gosto de horizontes sonhados e de um sofá como testemunha!
E eu sentado observava a obra-prima! E ela de pé, por mim acima!
Fechar os olhos não estava no horizonte de algum de nós, assim me dizia o regalar de pálpebras e respirares sufocantes!

Continuamos… Mas agora ambos nos sentamos! E ela nada dizia! E eu somente sentia o que o espelho refletia!

E eu deitei e ela deitou!
O mundo é para mim um pedaço de psicologia e mestria afinada pelo amor!
E eu continuei e ela continuou!
O amor afinado pela mestria é psicologia num pedaço de mim e do mundo!

José Alberto Sá

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

As almas


As almas!

Se existe gente no mundo,
há milhões de anos!
Por onde vagueiam as almas,
as boas, as más e as assim-assim?
Se eu soubesse, ai de mim!
Diz-me tu vagabundo?
Se eu nasci e tanto procurei,
o que nunca encontrei!
Nem sei se existem ou não
Sei somente que existe uma razão
Ditos dos antigos, que vão morrendo
E outros dizendo, que os ventos são
as almas dos que vão sofrendo!
Outros ainda, que o mundo é amor!
Sei lá, sejam almas, sejam quem for…
Se há milhões de anos
existe gente!
E eu vivendo ou morrendo
Pergunto, devo ser crente?
Nasci e ainda procuro
Viver como homem, sabendo ser duro
Sabendo também que na terra, fraco sou!
Pois nada posso para eternizar a vida
E a morte é certa,
essa que ainda não me chegou!
Por onde andam as almas? Vagabundo!
Diz-me agora, ou só me vais dizer,
quando eternizado lá no fundo?


José Alberto Sá