Ao amor
Sou flexível ao mundo e
por ser amado nesta flexibilidade, sou aquele tal e qual como quero ser!
É neste contacto com o
hediondo e o amor, que a minha flexibilidade recusa ou se afirma à matéria que
impede o meu coração de ser mole ou ser duro!
Pelo direito ou pelo
contrário, sei como me misturar no diálogo amigável ou impossível!
Serei balão de ar
quente, serei sonho, serei voo, serei poema e na grandeza do mundo feminino,
serei amor, somente amor que voa em esperança e serei sonho como um balão de
criança, que voa e o faz feliz.
Sou flexível ao mundo
de deusas e versos, sou poema ou prosa, flexível ao jogo, à tulipa, papoila ou
rosa.
Sou pornografia ou
erotismo na encenação da vida, sou gestos, sou mágico, sou ainda um
surrealista, que vive, escreve e ama para lá da vista.
Sou armadura de guerra
para quem não me sente, sou gente, sou gente capaz de ser muito mais, por isso
sou flexível ao céu dos abutres e ao céu dos pardais!
Por isso fujo ou fico…
Talvez pela flexibilidade agressiva ou sensível, carregada de amor, carregada
por um ser sem rodeios, sem medo ou com medo da flexibilidade excessiva.
Olho e sem cegar,
sinto… Olho e sem negar, fujo… Olho e sem fugir, amo… Olho e sou eu, cego pelo corpo
contrário ao meu, sem ter medo de fugir do espetáculo que é o teatro da vida,
neste mundo onde me sinto obrigado a ser flexível ao amor.
José Alberto Sá
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