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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Ao amor

Ao amor

Sou flexível ao mundo e por ser amado nesta flexibilidade, sou aquele tal e qual como quero ser!
É neste contacto com o hediondo e o amor, que a minha flexibilidade recusa ou se afirma à matéria que impede o meu coração de ser mole ou ser duro!
Pelo direito ou pelo contrário, sei como me misturar no diálogo amigável ou impossível!
Serei balão de ar quente, serei sonho, serei voo, serei poema e na grandeza do mundo feminino, serei amor, somente amor que voa em esperança e serei sonho como um balão de criança, que voa e o faz feliz.
Sou flexível ao mundo de deusas e versos, sou poema ou prosa, flexível ao jogo, à tulipa, papoila ou rosa.
Sou pornografia ou erotismo na encenação da vida, sou gestos, sou mágico, sou ainda um surrealista, que vive, escreve e ama para lá da vista.
Sou armadura de guerra para quem não me sente, sou gente, sou gente capaz de ser muito mais, por isso sou flexível ao céu dos abutres e ao céu dos pardais!
Por isso fujo ou fico… Talvez pela flexibilidade agressiva ou sensível, carregada de amor, carregada por um ser sem rodeios, sem medo ou com medo da flexibilidade excessiva.
Olho e sem cegar, sinto… Olho e sem negar, fujo… Olho e sem fugir, amo… Olho e sou eu, cego pelo corpo contrário ao meu, sem ter medo de fugir do espetáculo que é o teatro da vida, neste mundo onde me sinto obrigado a ser flexível ao amor.


José Alberto Sá

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