Des(mente)!
Este
homem que grava silêncios no coração… Sabe que são raríssimos os olhos que deambulam
pelo seu corpo.
Mas
os que frequentam as artérias do seu amor, os que vagueiam pelas veias do
carinho e os que desejam estar nas capilares do seu desejo… Sabem que este
homem é na importância a distância entre tu e eu…
E
no correr do seu sangue, é corpo, é copo, é pão… É vinho.
Este
homem, que vira páginas feitas de pele, sabe que o cheiro transforma o cio…
Sabe que a sensualidade está na verdade quando se diz, se faz e se completa…
É
grave o silêncio, quando são as palavras a coisa mais bela… Este homem escreve
mesmo que por gestos, olhares e sorrisos… É grave o barulho que não chega, que
não geme, que não grita… Que não ama…
Este
homem necessita, como necessita todo o ser terreno… Grande ou pequeno… É na
linha da vida que este homem se orienta… Que vive, que anda, que ama e se
aguenta…
Diz
este homem, que os galos cacarejam, as gaivotas gritam, os cães latem, os gatos
miam… Este homem ama… E juntamente com os demais… Este homem tem ganas de
dizer, que os olhos ferem, como se de berros fossem, os olhos matam como facas…
E os animais pedem aos gritos a vontade… Os animais!
Este
homem não cala o amor… O mundo sabe qual a voz que tem razão… Se um homem que
ama ou um olhar para o chão…
Este
homem… Olha e se apresenta… Outros olhos sorrirão, serão ou não… A razão deste
homem que pelos olhos, estende a mão e sente.
Alguém
desmente?
José
Alberto Sá
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