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sábado, 31 de janeiro de 2015

Des(mente)!

Des(mente)!

Este homem que grava silêncios no coração… Sabe que são raríssimos os olhos que deambulam pelo seu corpo.
Mas os que frequentam as artérias do seu amor, os que vagueiam pelas veias do carinho e os que desejam estar nas capilares do seu desejo… Sabem que este homem é na importância a distância entre tu e eu…

E no correr do seu sangue, é corpo, é copo, é pão… É vinho.
Este homem, que vira páginas feitas de pele, sabe que o cheiro transforma o cio… Sabe que a sensualidade está na verdade quando se diz, se faz e se completa…

É grave o silêncio, quando são as palavras a coisa mais bela… Este homem escreve mesmo que por gestos, olhares e sorrisos… É grave o barulho que não chega, que não geme, que não grita… Que não ama…

Este homem necessita, como necessita todo o ser terreno… Grande ou pequeno… É na linha da vida que este homem se orienta… Que vive, que anda, que ama e se aguenta…

Diz este homem, que os galos cacarejam, as gaivotas gritam, os cães latem, os gatos miam… Este homem ama… E juntamente com os demais… Este homem tem ganas de dizer, que os olhos ferem, como se de berros fossem, os olhos matam como facas… E os animais pedem aos gritos a vontade… Os animais!

Este homem não cala o amor… O mundo sabe qual a voz que tem razão… Se um homem que ama ou um olhar para o chão…
Este homem… Olha e se apresenta… Outros olhos sorrirão, serão ou não… A razão deste homem que pelos olhos, estende a mão e sente.
Alguém desmente?


José Alberto Sá

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