No
palco da nudez
Ela
está nua… Também eu me sinto assim…
Nu
de lábios perturbados, nu de lábios inspirados num corpo melodia.
Ela
está nua…
Mas
sou eu que não consigo despir este sentimento…
Nu
sobre as cordas do meu violão… Amo o som… O toque da nudez cega, a nudez que
imagino… Que só eu imagino.
Ela
está nua, mas sou eu… Sou eu que me rasgo na euforia, no delírio da música… Quando
em transe.
Quando
sinto a inquietação das mãos que percorrem todo o corpo e se deliciam na nudez
das cordas… E toco fugazmente o inferno vermelho, a cor delicada entre a
timidez do desejo… Rasgo… Devoro… Quero intensamente… Esse corpo nu… Como quero
o meu em ti.
Ela
está nua… Porque assim a imagino, sempre.
Sempre
a vejo despida de olhos no meu violão… Quando toco… Nu… Como nua é a visão
sobre as cordas, onde deslizas dentro de cada mão…
Amo-te
descontroladamente… Quero-te…
Como
quero a música desse teu ondular…
Como
quero a música desse teu doce sorriso…
Como
quero o voraz olhar que sai de ti, num timbre que pertence ao meu violão…
Nua
te vejo, te vejo flor… Nua… Imaginada enquanto toco…
Estás
nua na plateia, só e despida… Assim me sinto, nu neste palco.
E
me fazes… Me levas… Me transformas… Me atiças o sonho…
E
nu… Te imaginado nua… Toco os acordes do meu coração… O amor da imaginação.
José
Alberto Sá
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