Tua uva… Meu vinho
Quero repartir contigo os
vagos,
do meu pensamento
Neste momento reparto tudo
e tudo é tão pouco
O que me escapa é tão bom… É o vento
É o ar perfumado sem flores…
Um mundo louco
Não quero pensar sozinho
Quero sim… Pegar-te pelo pé
e beber-te delicadamente
Como se eu fosse feito de
lábios,
que bebem do teu vinho
E aí repartir numa adega de corpos,
A nossa embriaguez docemente
Quero tanto mastigar as uvas
de tom escuro
Morde-las numa dança de
língua continua
Repartir contigo cada vago
que seguro
E ambos bebermos do néctar,
se o vinho fermenta na doce e
nua
Não quero sentir sozinho o
desequilíbrio,
o frio da parede
Quero sentir bagos unidos
nesta partilha,
nesta humidade de um sim
Vinho que escorre de pelas
pernas
e me fazem sede
Louca partilha embriagada
em uvas de cor carmim
Videira descascada … Sem
parra
Em abraços sentidos no
espremer
É dança, é o contorno do
corpo… é farra
Tua uva… Meu vinho… Dois
corpos, um ser
José Alberto Sá
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