Todo o ano
Já é inverno, a chuva anda
nervosa
Geme a nuvem carregada
O mar solta a onda, que vem
caprichosa
A maresia espreita e tal como
eu, não vê nada
Oh manhã que me levanta, sem
luz do sol
Tarde de saudades, em florido
prado
Dias solarengos em cantos de
rouxinol
Noite de vento, serenatas de
amor, loucuras do fado
Já é inverno, o frio não te
deixa voltar
Quero ver-te vestida de
branco neve
Com folhos de mil flores para
cheirar
Perfume enevoado, o olhar que
te persegue
Oh mimosa flor por quem choro
Tenho saudades do verão
acolhedor
Cabelos soltos e corpo onde
moro
Coração de luz, brilho nos olhos…
Meu amor
Já é inverno, recolho-me na
ternura
Quero sentir dentro de mim o
teu azul perfume
Amo o céu da mesma cor, a tua
textura
Menina tão pura, que neste
frio é o meu lume
Oh claridade ausente, vem ter
comigo
Mostra-me a luz do teu
sentimento
Verás amor neste meu corpo de
amigo
O verão que te ofereço como
alimento
Já é inverno e mesmo assim
não te esqueço
Já não interessa o tempo,
evaporou-se a vaidade
Oh doce e ternurenta mulher,
que a Deus peço
Vem ver o verão, neste
inverno e serás a eternidade
Oh… Como te amo
Na primavera, no outono, no
inverno… No verão
Todo o ano
José Alberto Sá
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