Deixem-me só
E ao olhar o horizonte… Nada
se vislumbrou
Nem o tempo nevoo, nem a
maresia fresca,
nem o ar soprou
O mar… Esse senhor imenso…
Parou
Deixem-me só…
Parou as ondas, parou a
espuma… Parou simplesmente
Até a areia que fria me
gelava
Parecia limalha áspera…
Cortante
Os meus olhos olhavam
cegamente
O horizonte, sem sol, sem
chuva, sem nada
Deixem-me só…
Os pássaros… Ah… Os pássaros,
já nem lembrava
Lembro sim… Que o chilrear
era o zumbido do medo
Eram as gaivotas que não
existiam
A nuvem que não passava
E o horizonte… Ah… O
horizonte
Era a linha que me separava
Da minha sede… Da tua fonte
E ao olhar o horizonte… As
saudades sucumbiam
Deixem-me só…
Estava de joelhos… E a água
chegava-me á cintura
Nem o mar
Nem a espuma
Nem o vento me segura
Pois já minhas mãos se
agarram ao vazio
É neste abraçar
Que nas areias… Uma a uma…
Não me deixam sentir os
milagres que agarro sem brio
Sem soluções, sem vontades,
sem querer
Simplesmente… Por não te ter
Deixem-me só…
Sem horizonte… Ou com
horizonte… Ah… Eu vou lutar
Por ti
Menina para lá do horizonte
Para lá do arco-íris, que me levará
até aí
Para te amar… Custe o que
custar
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