Somos um rio
O rio passa
devagar, na corrente do meu corpo,
querendo
sentir a água tépida
e perfumada
A minha pele
se eriça ao sentir que és tu, somente
A deslizar a
língua nas deliciosas margens
Fazendo com
que eu sinta cada gotícula de um rio,
que me
inunda as entranhas e me leva na enxurrada
Meus poros
se abrem para acolher-te nestas viagens
O rio passa
e eu toco-te devagar
Deixo de
pensar…
E neste rio
humedecido, quero penetrar
Quero beber
as águas suadas de dois corpos
e amar
Sinto o
cheiro verdejante,
na candura
das flores da tua essência
Aí me elevo
em direcção aos teus lábios, querendo beijar
Uma
languidez onde me deixo ficar
Até que me
venhas buscar às águas da insistência
Pedindo que
te enroles como um rio de corpos quentes,
num rio a passar
O rio passa
e cada curva me leva a um trajecto de sonho
Não há
desvios consentidos
Em todas as
margens me ponho
E nas
profundezas do rio, me faço ouvir
Ouvindo
gemidos
O rio passa
a correr na sua missão
O amor fica
em cada gesto, em cada olhar
Na busca de
um corpo húmido que me deixe ficar
José Alberto
Sá
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