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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Somos um rio

Somos um rio

O rio passa devagar, na corrente do meu corpo,
querendo sentir a água tépida
e perfumada
A minha pele se eriça ao sentir que és tu, somente
A deslizar a língua nas deliciosas margens
Fazendo com que eu sinta cada gotícula de um rio,
que me inunda as entranhas e me leva na enxurrada
Meus poros se abrem para acolher-te nestas viagens

O rio passa e eu toco-te devagar
Deixo de pensar…
E neste rio humedecido, quero penetrar
Quero beber as águas suadas de dois corpos
e amar
Sinto o cheiro verdejante,
na candura das flores da tua essência
Aí me elevo em direcção aos teus lábios, querendo beijar
Uma languidez onde me deixo ficar
Até que me venhas buscar às águas da insistência
Pedindo que te enroles como um rio de corpos quentes,
num rio a passar

O rio passa e cada curva me leva a um trajecto de sonho
Não há desvios consentidos
Em todas as margens me ponho
E nas profundezas do rio, me faço ouvir
Ouvindo gemidos

O rio passa a correr na sua missão
O amor fica em cada gesto, em cada olhar
O rio passa como passo por ti a minha mão
Na busca de um corpo húmido que me deixe ficar


José Alberto Sá

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