Quero ser
menino
Um dia…
Quero ser de
novo, um menino de calções
Correr
apressado para a escola
Quero sentir
novamente o rodopiar dos piões
As
brincadeiras de menino descalço e sem sacola
Um dia…
Quero sentir
o caco partido de telha
Rasgar o
alcatrão, com a cor vermelho salmão
Recuar ao
meu mundo, onde hoje nada se assemelha
E sentir a
carica do sumo, telintar no mesmo chão
Um dia…
Quero chorar
pelo castigo da minha mãe
Que
saudades… Das asneiras adormecidas no tempo
Um dia…
Onde quero
sentir o colo, o perfume para quem já não tem
Quero pedir
a insignificância dos aromas que brilham no vento
E nesse dia…
Será um dia
de recordações que não quero adormecer
Aqueles dias
com uma bola… E eu nem sabia jogar
Os dias com
a caneta, no apetite do meu escrever
Os dias
desenhados em palavras nas areias do meu mar
Um dia…
Quero abrir
a janela novamente e renascer
Sentir a mão
do meu pai, a pele rugosa, doce mas dura
Uma mão de
leve e carinhoso sentir, de quem me soube entender
Um dia meu
pai… Minha mãe… Serão tal como eu
Almas na
terra que nos segura
Uma luz que
vive no céu
E nesse dia…
Serei de novo um menino para amar
Um menino
que alegremente correrá de calções
Com um mundo
de amor de vermelhos corações
Um dia…
Quem sabe!
José Alberto
Sá
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.