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terça-feira, 14 de maio de 2013

A crítica


A crítica

Critico-te…
Deusa inacessível
Que seja poética a minha gravata
Que seja poético o verniz do teu botim
És modernidade apetecível
Deusa de xaile de franjas de prata
Carne pujante, aveludado cetim

Critico-te…
Num moldar, como se fosses de lama
Imagino o passar dos dedos ardentes
Pelo teu corpo na cama
Aperto os dentes
Acto de morder, de ferrar… Castigo
Crítica sensual, amante do teu umbigo

Critico-te
Pela tua inacessibilidade
Embriagado imagino o teu arquear
Que seja poética a minha criação
Que seja poético o teu curvar
Deusa da minha emoção

Critico-te
Porque me sinto sucumbir ao teu encanto
Inquietante corpo esculpido com perfeição
Sou eu o crítico, o mago… O santo
Deusa és na minha intuição

Critico-te
Não querendo ser a multidão
Somente aquele que censura sem uniforme
Que sozinho te ama de coração
Deusa minha… Amor enorme
De ti não abdico
Me sinto feliz com razão…
E sem razão te critico

José Alberto Sá

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