Espero-te
As cartas
chegam à escura caixa do correio
Não as deixo
perdidas
Devoro-as
assim que chego, quero sentir
E ao abrir…
Não sinto
teu cheiro
Queria
devorar palavras sentidas
Em cartas
perdidas que nunca recebi
Vou todos os
dias ao correio espreitar
Folhetos de
compras
Contas para
pagar
Mas tu…
Nunca me escreves
Deixaste de
me falar
Deixaste a
nossa amizade
Não me
queres aceitar
Mas não
desisto de te esperar
Na caixa
preta da minha castidade
O frio ou o
calor
A chuva, o
sol ou as estrelas
Que me
importa o tempo
Se não
recebo o teu amor
Não desisto,
as tuas palavras me fazem falta
Espero-as na
passagem aromática do vento
Aceita…
Escreve…
Fala…
A tua
indiferença, o teu silêncio, o teu sossego
É a carta
que me rejeita
A saudade de
quem já te teve
Numa voz que
em mim não cala
Espero-te,
nem que seja a última vontade
Espero-te na
caixa do correio
Espero-te no
meu mural em liberdade
És a luz em
tudo que escreves
És o meu
meio
José Alberto
Sá
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.