Parem...
Senti o pio agudo da gaivota
Pio vermelho... Grito
Voo de penas cortadas
Uma parede sem porta
De um voar aflito
Pio agreste
Da roupa que despe
No mar sem areia,
sem piar.
Água que sobe, comendo a terra
E eu olhando a serra...
Não vejo o mar
...
Regresso do alto
Num grito desmedido
Correndo e voando num salto
Acudindo ao pio vermelho
Sangue de um pedido
Mundo novo
Tempo velho
...
A gaivota somente caminha
De voo cortado, pio silencioso
Bico ensanguentado, piedoso
Adivinha...
Tratantes e selvagens
Que vivem em traços miragens
Da sua destruição
Da minha, da nossa
Os indefesos animais
São os tais... Como eu...
De um tempo que faz mossa
...
Pio sem bico
Bico sem penas
Eu fico!
Pelas palavras e indefeso
Apenas!
José Alberto Sá
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