Amor proibido
Pássaro que voas
batidas suaves em asas de algodão.
Deambulas cortando os ventos
fugindo das garras de um falcão.
Voo teu apressado que eu sinto
Planas entre navios, sobre as proas
quando estas sobem e descem nas marés.
Ondulações fortes que provocam erosão
água que grava nas pedras o labirinto
que é teu nome, se sabes quem és.
Onde te procuro e me perco, ensanguentando
meus pés.
Queres voar por entre mares, me é sabido.
Entre penedos de negros olhares, de quem mata.
Qual trepadeira que se enrola
como num corpo despido
e a fome sacie em ouro e prata,
que a ambos consola.
Pássaro que embelezas o ar
beleza da terra que vês aí de cima.
Batendo as asas silenciosas
querendo fugir, querendo acordar.
Quais mentes confusas, mentes penosas.
Caprichos da natureza em batidas teimosas.
Nevoeiros frios, que raios tapam
na escuridão que nos humedece.
Nas escarpas de amores, que se alapam
e ambas as mentes se esquecem
do pecado e do seu sentir.
Qual cadeado que se enlaça
entre pernas e braços, num aos que há-de vir.
Bastião da deusa da caça,
que é Diana.
Que deixa o pássaro voar, na imensidão da liberdade.
Mas o fogo do amor não passa
sem que se acenda a chama
num voo de verdade.
Pássaro que voas, minha vaidade
mar revolto, castidade.
Tu que voas em mim,
és o meu castigo.
José Alberto Sá
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